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Na última semana, a equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Betim (UTI COVID) divulgou uma carta aberta nas redes sociais, expondo o sofrimento dos profissionais de saúde que estão enfrentando atrasos salariais há mais de dois anos. Cerca de 80 médicos, contratados pelo Município de Betim por intermédio do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), relatam que nem a contratante, nem os responsáveis pela ONG deram qualquer resposta concreta ou informação sobre os pagamentos atrasados até o momento.
Em um trecho da carta, é mencionado que o então Procurador-Geral do Município, Bruno Cypriano, recomendou cinicamente que eles ajuizassem uma ação contra a prefeitura e as entidades envolvidas. O valor total do calote dado aos médicos contratados pelo IBDS chega a quase R$3 milhões. A Prefeitura de Betim informou que realizou todos os repasses devidos à ONG contratada para quitar a folha de pagamentos dos profissionais que atuaram nos centros de tratamento contra a Covid-19.
“DEVO E NÃO NEGO, PAGO QUANDO PUDER” OU POR INTERMÉDIO DA POLÍCIA FEDERAL
É importante ressaltar que o IBDS possui um histórico problemático envolvendo desvio de dinheiro público. Em 2021, a organização foi contratada pela Prefeitura de Divinópolis para a gestão de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e o caso resultou na intervenção da Polícia Federal e até mesmo na prisão de alguns envolvidos.
Os serviços prestados pelo grupo de profissionais que atenderam a população de Betim durante o auge da pandemia foram reconhecidos na época pelo Governador Romeu Zema como um exemplo de cidade no combate à Covid-19. Os valores devidos estão registrados nas seguintes notas fiscais: NF.206/2021 no valor de R$1.051.190,33, NF: 211/2021 no valor de R$304.877,99 e NF: 1.356.068,32, totalizando quase R$3 milhões, sem considerar os juros.
Se este calote ainda poderá sair da fase terminal sem a intervenção do Ministério Público e da Polícia Federal, só o tempo dirá.
Foto: Facebook grupo de médicos.
