A Câmara Municipal de Betim realizou na última quarta-feira (21) uma audiência pública no plenário da “Casa do Povo” para discutir a operação da Viação Santa Edwiges, empresa responsável por cerca de 80% do transporte coletivo no município. A discussão foi proposta pelo vereador Ivanildo do Petrovale, que defende mudanças significativas no sistema atual. Segundo ele, há problemas históricos e reclamações recorrentes da população.
O parlamentar destacou que luta por um transporte de qualidade desde 2008, especialmente para moradores de bairros periféricos, como o Petrovale, onde a oferta de horários é insuficiente – apenas três aos domingos e oito aos sábados. Durante a semana, os ônibus param de circular cedo, o que dificulta o deslocamento de estudantes para faculdades no Centro.
O presidente da Casa, vereador Leo Contador, ressaltou que o debate sobre o transporte público vai além da Santa Edwiges, envolvendo também o transporte alternativo e a necessidade de mais investimentos. Ele destacou que o crescimento da cidade exige melhorias no sistema, especialmente com a chegada da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que deve priorizar recursos para o setor.
Vereadores e moradores presentes criticaram a falta de representantes da Viação Santa Edwiges, mesmo com convite formal. Entre os problemas relatados estão frota sucateada, horários limitados e rotas inadequadas. A empresa, que opera há 69 anos em Betim, possui 96 veículos (idade média de dez anos) e 21 linhas, enquanto o transporte alternativo conta com 135 veículos em 11 linhas.
Paulo Tekim, presidente da Comissão de Transporte da Câmara, citou o projeto “Expressinho”, que prevê rotas diretas de bairros distantes ao Centro, com integração tarifária. Wladimir Macedo, diretor da Transbetim, mencionou a criação da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana como avanço, mas admitiu desafios, como a escassez de fiscais – apenas 24 para toda a cidade.
Dados apresentados por Macedo mostram mudanças no perfil dos usuários: os transportes por aplicativo saltaram de 1,5% (2017) para 15,4% (2025), e as gratuidades subiram de 4% para 18%. Ele afirmou que o modelo atual, vigente desde 1994, precisa ser revisto.
O contrato da Santa Edwiges foi prorrogado por 12 meses, até que uma nova licitação seja realizada.
Fonte: Câmara Municipal de Betim