Uma organização criminosa, supostamente liderada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), é acusada de desviar mais de R$ 27,5 milhões de prefeituras mineiras durante a pandemia de Covid-19. A conclusão da terceira fase da operação “Entre Amigos” da Polícia Federal resultou no indiciamento de 27 pessoas, incluindo servidores públicos e representantes do IBDS, por suspeita de fraudes em contratos de saúde em Betim, Divinópolis e Ribeirão das Neves.
As investigações revelaram que o IBDS teria se infiltrado nas prefeituras com o apoio de servidores para fraudar processos licitatórios e superfaturar contratos de gestão de equipamentos de saúde, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais de campanha. De acordo com o delegado Felipe Baeta, o esquema foi inicialmente descoberto em Divinópolis, mas o mesmo modus operandi foi identificado em Betim e Ribeirão das Neves.
Em Divinópolis, os contratos investigados somaram R$ 100 milhões, com desvio confirmado de R$ 3,5 milhões. Na cidade, 11 suspeitos foram indiciados, cinco dos quais já são réus na Justiça Federal.
Fraudes em Betim e Ribeirão das Neves
No caso de Betim, a Prefeitura repassou mais de R$ 99,5 milhões ao IBDS para a gestão de estruturas de saúde durante a pandemia. Auditorias contratadas pelo próprio município identificaram um desvio de R$ 23 milhões. Apesar do prejuízo, a PF descartou a participação direta da administração municipal, atribuindo o esquema a dois ex-servidores: Guilherme Carvalho Paixão, então secretário de Saúde, e Paulo Maia, ex-diretor da pasta.
Em Ribeirão das Neves, contratos semelhantes também foram alvo do IBDS, com prejuízo estimado em R$ 1 milhão. Pelo menos 20 pessoas estão envolvidas nas fraudes identificadas na cidade, segundo a PF.
O inquérito referente à terceira fase da operação “Entre Amigos” ainda está em andamento e deve ser concluído até o primeiro semestre de 2025. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou o desmembramento das investigações em Divinópolis, e novas denúncias devem ser apresentadas nos próximos meses.
Segundo a reportagem do jornal “O Tempo” diário, o veículo de comunicação tentou contato com o IBDS, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. E segundo eles, o espaço permanece aberto para futuras manifestações.
Fotos: Redes Sociais
Fonte: Jornal“O Tempo”