Os usuários de transporte público de Betim, que há tempos demonstram insatisfação com o serviço oferecido pela Viação Santa Edwiges, terão que aguardar mais um ano por mudanças. Na reunião ordinária desta terça-feira (29), a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei nº 223 de 2024, que autoriza a prorrogação do contrato de concessão da empresa com a Prefeitura por mais 12 meses.
Pelo contrato vigente, a concessão se encerraria na próxima terça-feira (5 de novembro). No entanto, com a aprovação do projeto, o contrato será estendido até o final de 2025. A expectativa é que uma nova licitação seja realizada nesse período. A decisão causou descontentamento entre os usuários, que descrevem a frota da empresa como “sucateada” e criticam a qualidade do serviço. Alguns chegaram a ironizar a situação, sugerindo o retorno das antigas jardineiras para substituir os atuais veículos da “Santinha”.
De autoria do Poder Executivo, o projeto foi aprovado com duas emendas. A primeira proíbe o uso de veículos com mais de 13 anos de fabricação, enquanto a segunda autoriza a renovação da concessão por mais 12 meses, ou enquanto durar o novo processo licitatório, a ser conduzido pela Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transporte e Trânsito de Betim (Ecos).
O projeto foi votado em regime de urgência, com 14 votos favoráveis e três contrários. Os vereadores Tiago Santana (PCdoB), Erasmo da Academia (União Brasil) e Vitor Braz (Republicanos) não compareceram à sessão, enquanto Adélio Carlos (PDT) e Daniel Costa (Democracia Cristã) estavam ausentes na hora da votação. O presidente da Câmara, Leo Contador (Cidadania), não participa das votações.
História da Viação Santa Edwiges
A Viação Santa Edwiges foi fundada na década de 1960, quando Chico Salomé adquiriu sua primeira jardineira para transportar betinenses até Belo Horizonte. Devido à crescente demanda, ele convidou o comerciante Jorge Saliba para se tornar sócio, expandindo a frota e o atendimento para cidades vizinhas. Posteriormente, Saliba vendeu sua participação para Salomé, que manteve o controle da empresa até vendê-la à família Paschoalim na década de 1970. Desde então, a família Paschoalim continua responsável pelo transporte público em Betim.
Fotos: Resgate Fotográfico da Memória de Betim