A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está à frente de um importante estudo clínico que visa desenvolver uma vacina contra a hanseníase, doença que afeta milhares de pessoas no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou recentemente os testes da vacina LepVax em seres humanos. O estudo será realizado com 54 voluntários e, caso os resultados sejam positivos, a vacina poderá ser disponibilizada gratuitamente à população brasileira.
A LepVax, desenvolvida pelo instituto americano Access to Advanced Health Institute (AAHI), demonstrou resultados promissores em testes pré-clínicos contra a bactéria causadora da hanseníase, Mycobacterium leprae. Antes dos testes no Brasil, a vacina já passou por uma fase de segurança nos Estados Unidos, onde foi testada em 24 pessoas saudáveis sem que houvesse eventos adversos graves.
O Brasil, que concentra 90% dos casos de hanseníase nas Américas e é o segundo país com mais registros da doença no mundo, atrás apenas da Índia, será o local onde os efeitos da vacina serão observados em um ambiente com transmissão ativa. A expectativa é que o sistema imunológico dos brasileiros, já exposto a micobactérias, reaja de forma particular à vacina.
A pesquisa no país também conta com apoio do Ministério da Saúde e de parcerias internacionais, como a fundação japonesa Sasakawa e a American Leprosy Missions, que financia o desenvolvimento da LepVax desde 2002. A expectativa dos cientistas é que a vacina ajude a cumprir metas de controle da hanseníase, como a redução de novos casos e a eliminação da transmissão da doença em boa parte dos municípios até 2030.
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Fonte: Agência Brasil